TEMA.O FANTASTICO JOÃO.
TITULO. O INCOMPARAVEL.
TEXTO BÁSICO. Lc. 1.80. Ora, o menino crescia, e se robustecia em espírito; e habitava nos desertos até o dia da sua manifestação a Israel.
INTRODUÇÃO.
A palavra “deserto” não designa exatamente o deserto como nós o conhecemos, mas um lugar ermo, sem população, no qual existem somente florestas, várzeas, estepes e tendas isoladas de pastores. Deve ser o chamado “deserto de Judá”, aquela região abandonada na margem ocidental do mar Morto. No deserto, no silêncio, João podia distanciar-se dos olhares do povo, cuja atenção havia despertado.
Importante é a circunstância de que João não buscou nem encontrou seu preparo junto a escribas, fariseus nem grandes eruditos. Não que essa espécie de preparação deva ser desprezada; porém devemos nos conscientizar de que não é o essencial.
Paulo, o erudito, retirou-se por três anos à Arábia, ao silêncio. No caso de João também aprendemos que a solidão é uma bênção. Quanto mais os olhos do mundo se voltam para nós, tanto mais carecemos desse silêncio. Do quartinho de oração podemos sair confiantes para o espaço público. O estudo pessoal e em oração da palavra de Deus prepara e fortalece para a luta. Então o Espírito Santo torna-se mestre, um instrutor melhor do que seres humanos conseguem ser. O que se aprende nessas circunstâncias não pode ser abalado por nenhum diabo. Ali se adquire aquela firmeza de Elias, que não faz acepção de pessoas.
João, porém, também aproveitou exteriormente o deserto para acostumar-se ao rigoroso modo de vida e à simplicidade, por meio dos quais ele – um nazireu (v. 15) da cabeça aos pés – haveria de demonstrar simbolicamente a todo o povo de seu tempo, e também a nós, aquilo que sua pregação expressava em palavras: “Despojem-se de tudo e acolham integralmente a Cristo!” – Quantas bênçãos vieram de fato do deserto! Também o próprio Jesus, além de Moisés, Elias e Paulo, dirigiu-se ao isolamento antes de aparecer em público.
I-JOÃO ERA FANTÁSTICO, PORQUE FOI APENAS JOÃO.
Sendo filho gerado por meio de um ato milagroso, sendo filho de sacerdote e primo do filho de Deus o messias. João tinha tudo para exigir uma cátedra no centro de Jerusalém. Ou até mesmo escolher uma das melhores sinagogas para anunciar a vinda daquele que era o Salvador de Israel.
Mas João preferiu ouvir apenas a história predita por seus pais, o milagre de seu nascimento e qual seria sua tarefa. Lc.3.2b que “uma palavra de Deus” veio a João. Deve ter sido uma palavra maravilhosa, uma palavra poderosa. João não tinha de anunciar uma palavra de mero discurso, mas uma palavra que precisava acontecer tornar-se um evento, que sucederia como ato de Deus, que interviria na História como agir de Deus.
Dessa forma, a palavra que nos cumpre anunciar e à qual também precisamos consagrar precisa tornar-se perceptível, de forma visível e audível, por meio de toda a nossa natureza e existência. Em João, tudo era pregação: palavra e vida, espírito e gesto, coração e mão. Linguajar e postura, tudo dava testemunho da grandiosa mensagem que Deus queria transmitir por meio de seu mensageiro.
a) Quando mencionamos palavra e vida, queremos aqui afirmar que; primeiro vem a vida depois a palavra, é nossa vida deve ser transformada quando ouvimos a palavra de Deus. João transformou sua vida em cumprir seu objetivo porque ouviu a palavra de Deus que veio a ele. "Queremos salientar: no deserto".
b) Espirito e gesto; João agiu pelo poder do Espirito, não ao contrario como vemos por ai muitos gestos para demonstrar espiritualidade. E pelo poder do Espirito que devemos agir não contrario.
c) Coração e mão. Quanto ao trato desse assunto, as nossas mãos devem agir pela referencia de amor que esta em nosso coração e não estendermos as mãos para alegrar nossos corações, a alegria que o Espirito Santo produz em nosso coração nos leva a estender as mãos.
d) Linguajar e postura. A nossa postura e que vai designar nosso linguajar. A nossa fala não deve ser maior daquilo em que demostramos ser.
II-JOÃO ERA FANTÁSTICO PORQUE ESPEROU A PALAVRA DE DEUS VIR.
João poderia ir buscar essa palavra em qualquer lugar, tem muita gente em nosso meio que vive da caça-palavras. Mas ele preferiu esperar Deus falar, ele tinha convicção de seu chamado, ele não precisava imitar ninguém, ele sabia quem ele era. Uma pergunta? Você sabe quem é você no projeto de Deus? João sabia quem ele era, e quem ele deveria ouvir! Veio uma palavra de Deus a João. Uma palavra que impõe reverência, uma palavra santa, porque contém o juízo divino sobre um povo perdido em toda a sua gravidade, rigor e inflexibilidade. Uma palavra de Deus que, revelada de forma implacável e inescrupulosa, desenrolava o pecado e a vergonha das pessoas, a perdição, maldade e falsidade das pessoas, em todos os segmentos e profissões.
Uma palavra veio a João. Uma palavra imensa, uma palavra transcendente, pois trazia a graça e muito perdão para uma geração perdida e pecadora, em toda a santidade e glória, em toda profundidade e preciosidade. Uma palavra que contém vida e beatitude, uma palavra de perdão. Ambas as dimensões estão contidas na “palavra de Deus que veio a João”, juízo e graça, destroçar e ligar, ferir e sarar, espezinhar e erguer, humilhar e consolar, ambas de fato em plena verdade e atualidade. É o que veremos de imediato!
Perdão dos pecados! O próprio João deve ter sucumbido em adoração diante dessa incumbência avassaladora, diante dessa inesperada resolução de Deus! Apesar de tudo Deus será vitorioso no final! “Onde abundou o pecado, há de superabundar a graça” (Rm 5.20). – “Olhai para mim e sede salvos…!” (Is 45.22). Depois que “veio uma palavra de Deus” a João, como expusemos acima, ele dirigiu-se a toda a região do Jordão, a fim de pregar um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados.
O batismo de João caracteriza-se por uma dupla definição.
1) É um batismo de arrependimento (conversão).
2) É um batismo pelo perdão dos pecados.
III-JOÃO ERA FANTÁSTICO PORQUE NÃO ULTRAPASSOU OS LIMITES DE SEU MINISTÉRIO.
A relação entre Jesus e João Batista compara-se à de dois astros, um seguindo o outro em diversas fases de sua trajetória. O anúncio do nascimento de ambos, o nascimento em si, o começo da atuação pública, sua morte, sucedem-se um ao outro em pouco tempo. Apesar disso ocorreu somente um único encontro direto entre esses dois homens, intimamente tão próximos por causa da relevância de sua trajetória de vida. Nesse instante um astro rapidamente cruza a trajetória do outro. Na sequência separam-se, e cada um persegue novamente o caminho prescrito para si. Esse momento extraordinário do encontro direto dos dois é descrito agora pelo evangelista na história do batismo de Jesus no rio Jordão.
Existem rios importantes e grandes. Dentre todos os rios da terra, porém, o mais importante é o Jordão. Por quê? Jesus foi batizado nele. O Filho de Deus submergiu profundamente o corpo no Jordão, permitindo que fosse mergulhado integralmente nas águas do Jordão pela mão de João Batista. Aqui começou o caminho de sacrifício e morte do Cristo, o Ungido. Aqui, no entanto, começou também nossa subida, nossa trajetória de alegria e liberdade, nossa felicidade temporal e eterna. Aqui segundo João; ”importa que ele cresça e eu diminua.”
CONCLUSÃO.
Um homem fantástico que sobe dosar em seu devido tempo e ministério, somente aquilo que Deus tinha determinado. Sua voz não foi menos poderosa porque não pregou em um grande centro! Porque não havia púlpito, ou microfones. João foi fantástico porque pregou somente a palavra que Deus lhe enviou.
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